Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Omphalea brasiliensis (Euphorbiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: ALAGOAS, município de Capela (Chagas-Mota e Pinheiro 3935), Quebrangulo (Cervi et al. s.n; G 223493/1), Mar Vermelho (Chagas-Mota e Correia 2831), Ibateguara (Chagas-Mota e Ferreira 9753), Viçosa (Chagas-Mota e Ferreira 9624), Flexeiras (Chagas-Mota e Oliveira 7930) BAHIA, município de Alcobaça (Harley 18030), Una (Santos e Judziewicz E.J. 4145), Porto Seguro (Duarte 6030), Jussari (Amorim 2193), Ibicaraí (Pinheiro 1058), Linhares (Santos 2034); ESPÍRITO SANTO, município de Nova Venécia (Fraga 1881), Pinheiros (Leoni 6008). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no estado do Espírito Santo.
Árvore de até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Estacional Semidecidual, Restinga e Área antrópica associadas a Mata Atlântica e Caatinga nos estados de Alagoas, Bahia e Espírito Santo. Apresenta distribuição ampla, EOO=101531 km², presença em multiplas fitofisionomias florestais em dois distintos domínios fitogeográficos e ocorrência em Unidades de Conservação de proteção integral. Apesar da incidência de vetores de stress severos na Mata Atlântica nos estados de ocorrência (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Lapig, 2018), não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos. Assim, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (manutenção e garantia de efetividade de UCs) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Linnaea 32: 86. 1863.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present,future | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | locality,habitat,occurrence,occupancy | past,present,future | regional | very high |
A espécie foi coletada em plantação de cacau no município de Ibicaraí (BA). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). Tais cultivos são associados a prática da queima dos canaviais, com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e facilitar a colheita (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). De acordo com a Resolução MAPA nº 241/2010, Linhares é um dos municípios indicados para o plantio de novas áreas de cana-de-açúcar, destinadas à produção de etanol e açúcar. A Conab (2018) estima uma área de cana-de-açúcar de 47,6 e 45,3 mil ha, respectivamente para as safras 2017/2018 e 2018/2019 no Espírito Santo. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat,locality,occurrence | past,present,future | regional | very high |
O município de Quebrangulo com 31.983 ha tem 70,43% do seu território (22.527 ha) transformado em pastagem (Lapig, 2018). O município de Ibicaraí com 23095 ha tem 41,9% de seu território (9680 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem (Lapig 2018). O município de Ibateguara com 26.531 ha tem 30% de seu território (8.007 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Flexeiras com 33.323 ha tem 21,7% de seu território (7.262ha) transformado em pastagem. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | locality,habitat,occupancy,occurrence | past,present,future | regional | very high |
Alguns municípios da Bahia tiveram perda de habitat maior do que 90%, como Lençóis (92,28%) e Alcobaça (93,19%) (SOS Mata Atlântica/INPE, 2011). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2 Wood & pulp plantations | locality,habitat,occurrence,occupancy | present,future | regional | very high |
Com 228.781 ha de área ocupada com árvores de Eucalyptus, o Espírito Santo é o sexto estado da federação com a maior área plantada em 2014 (Ibá, 2015). A região no entorno da APA da Pedra do Elefante (Nova Venécia - ES) é dominada por diversas plantações e por reflorestamento de Eucalipto (Google Earth Pro Version 7.3.2., 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | locality,habitat,occupancy,occurrence | present,future | regional | high |
A região de Nova Venécia é explorada em grande parte pela mineração, através de algumas pedreiras (Google Earth Pro Version 7.3.2., 2018). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na RESERVA BIOLÓGICA DO CÓRREGO DO VEADO (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL PONTA DA BALEIA / ABROLHOS (US), PARQUE NACIONAL DO MONTE PASCOAL (PI), REFúGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA (PI), RESERVA BIOLOGICA DE PEDRA TALHADA (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MURICÍ (US). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |